24 de agosto de 2014

HOMEM COM PALAVRA DE HONRA SÓ NA NOSSA LITERATURA



A quebra do acordo por parte do Prefeito de Maceió para com os servidores municipais deixa claro que o compromisso firmado no papel passado, como sabiamente ainda diz o dito popular, mesmo que esse tenha sido feito sob o rigor da justiça, já não tem o mesmo valor como tinha no tempo de nossos avós, onde para honrar um compromisso bastava apenas tirar um fio da própria barba e dá-lo como garantia. Hoje ninguém tem palavra e não honra mais compromisso, na verdade, o que prevalece, é a lei de quem detém o poder: “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. A letra de uma das músicas de um compositor sertanejo, Tião Carreiro, retrata bem o péssimo exemplo dado pelo prefeito ao quebrar o acordo firmado com os servidores na frente de um Juiz.  
    
Palavra de Honra

Todo homem tem seu preço
Todo santo tem seu dia
Mundo velho está mudado
De quando os avós vivia
Quando a palavra de um homem
Mais que dinheiro valia
Pra se firmar um negócio
Documentos não havia
Arrancava um fio da barba
E dava de garantia

Não usava documentos
Como nos tempos atuais
Para tratar com um homem
Costumava pensar mais
Porém se desse a palavra
Por nada voltava atrás
Honrava o que dizia
Mesmo com riscos fatais
Hoje a palavra de honra
Manter ou não, tanto faz

Hoje tudo tá mudado
Pra ninguém isto é segredo
A moral de certos homens
Está servindo de brinquedo
Quando fala volta atrás
Muda a verdade por medo
São simples montes de gelo
Que se passa por rochedo
Pra encontrar muitos deles
Não precisa sair cedo

Quanto mais o tempo passa
Mais se perde a tradição
Filhos de homem direito
Filhos de homem direito
Perde o nome tabelião
O bom conceito que herdaram
Se vai nos golpes que dão
Não importa a honra da casa
Querem ser mais do que são
Pra se andar nas alturas
Deixa a moral lá no chão.




Um comentário:

Anônimo disse...

A minha opinião sobre esse assunto de poder de polícia das guardas municipais é essa:Os mandamentos capitalistas são claros, e determinam a competição, custe o que custar, onde a felicidade e a satisfação estão presentes na vitória sobre o outro, na disputa pela hegemonia no mercado. É difícil fugir culturalmente deste paradigma, e na segurança pública brasileira não é raro se ver tal disputa mercadológica, onde poderes, autoridades e competências são os lucros cobiçados pelas vaidades. Policiais civis contra policiais militares, PM’s contra guardas municipais, GM’s contra PM’s etc. A lógica da competição capitalista acaba sendo transferida para as atividades policiais, e boicotes, indisposições e intrigas acabam ocorrendo. Os policiais militares reclamam da atuação ostensiva dos policiais civis, estes reclamam da tentativa das PM’s em lavrar termos circunstanciados. Os guardas municipais se esforçam para mostrar despreparo nos PM’s, estes menosprezam o trabalho das Guardas. No final, o cidadão, a sociedade paga o preço das vaidades e competições infundadas. Em vez de esperar que a lógica capitalista deixe de nos impor sua cultura perversa de disputa, precisamos tornar as corporações policiais menos dependentes umas das outras, mas imbuindo o conceito de integração quando for imprescindível. É fundamental entender que a diferença nas designações corporativas (PC, PM ou GM) é insignificante próxima ao papel social de cada uma dessas instituições.