EM ENTREVISTA A UMA RÁDIO PRESIDENTE DA ALIANÇA COMERCIAL DIZ QUE GMs DE MACEIÓ GANHAM BEM E QUE NÃO GOSTAM DE TRABALHAR

A DECLARAÇÃO DEIXOU OS GUARDAS MUNICIPAIS INDIGNADOS QUE REBATERAM AS ACUSAÇÕES DO EMPRESÁRIO.

Olinto Ozorio - Presidente Aliança Comercial.

Possivelmente pressionado pelos demais comerciantes e visivelmente frustrado por não ter conseguido conter essa nova invasão dos camelôs no centro de Maceió, enquanto representante dos empresários do Centro, o presidente da Aliança Comercial, Olinto Ozorio, ao conceder entrevista na Rádio AM Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (27), disse que os Guardas Municipais de Maceió ganhavam bem, não gostavam de trabalhar e que não via resultado das ações da Guarda enquanto empresário e cidadão, e no tom de desabafo, disse também que, se a Guarda Municipal não consegue prestar um serviço a contento por falta de gerência ou estrutura se tratava de um problema interno que a instituição teria que resolver.

Tal declaração, é claro, deixou os Guardas Municipais indignados que de imediato ligaram para a Rádio para defender a instituição. Um dos GMs pediu ao presidente da Aliança Comercial que o mesmo procurasse se informar dos fatos antes de fazer qualquer declaração sobre a categoria, e em seguida esclareceu que, a Guarda Municipal se encontrava há mais de 13 anos sem realizar concurso público e com o contingente reduzido frente a crescente demanda teria ficado cada vez mais difícil assegurar a presença de Guardas Municipais nas praças e nos demais logradouros públicos da capital, e que essa seria a verdadeira razão da população não ver os Guardas atuando nas ruas.

A exclusão da Guarda Municipal das prioridades de investimento da prefeitura também chegou a ser mencionada por outro Guarda Municipal que disse não dispor hoje das condições logísticas necessárias para contribuir efetivamente no combate à criminalidade em Maceió, e citou como exemplo a omissão da prefeitura frente à regularização do porte de arma de fogo da categoria que vem sendo reivindicado desde 2003, quando entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento.

Igualmente aos Guardas Municipais que tanto gostariam de prestar seus serviços à população devidamente fardados, com o contingente compatível com a demanda do serviço, portando os equipamentos de segurança previstos em lei, como coletes balísticos, capacetes de proteção, rádios de comunicação, armamento, viaturas equipadas, e tantos outros itens de segurança essenciais para o combate da violência e da criminalidade na “2ª capital” mais violenta da federação, o nobre presidente da Aliança Comercial, igualmente aos demais empresários do Centro, parecem serem vítimas e estarem sentido as consequências de um modelo administrativo no qual o compromisso com a segurança pública – da população - foi e parece continuar sendo atribuído apenas ao estado, o que é, é claro, um equívoco.

GM NOTÍCIA-AL