“AUDITORIA MEXEU NESSE VESPEIRO”, DISSE PREFEITO. FGV IDENTIFICOU R$ 4,5
MI EM PREJUÍZO MENSAL. E “VERBA IRRETIRÁVEL” DEVORA R$ 1,5 MI
Desde que assumiu a Prefeitura de Maceió, o
prefeito Rui Palmeira (PSDB) tem enfrentado um cenário de aperto nas contas do
município. Com postura de austeridade, criou e alimenta o portal da
transparência e sofre pressão de servidores por conta da iniciativa de inovar
no controle interno das finanças, realizando cortes de vantagens ilegais
identificadas por uma auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na folha do
município. Para o próprio Rui, o que “incendiou” a mobilização de
sindicatos pela manutenção da greve no município foi o início dos cortes, já na
folha de fevereiro, de parte dos R$ 4,5 milhões de inconformidades encontradas em
gratificações e outras vantagens em contracheques com indícios de ilegalidades.
A posição do município era de conceder 6% de
aumento, mas o percentual de reajuste exigido pelos servidores é de 14%. E,
hoje, não haveria espaço algum para aumento imediato.
O prefeito explica que não há segurança em
prever o que ocorrerá com a economia do País neste período, a exemplo de como
vai se comportar o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que representa
40% da receita de Maceió.
“Pode ser que melhore, com o fim das
desonerações e pode ser que o País piore, por conta de uma recessão que já é
visível. Portanto, é um quadro muito difícil. E a gente pediu um pouco de
paciência, para que aguardassem um pouco. Mas, infelizmente, não conseguimos.
No ano passado, foi feito um acordo na Justiça, quando foram levantados alguns
pontos, em audiência. E o município fez esse apelo. Naquele momento, alguns
sindicatos concordaram, mas, no final das contas, poucos assinaram a ata dessa
reunião. E é isso que eles alegam, que não assinaram. E ficou nessa questão”,
relembrou Rui Palmeira.
A ilegalidade “irretirável”
Em inconformidades, a auditoria da FGV fala
em um valor de R$ 4,5 milhões por mês. E a Procuradoria Geral do Município
(PGM) recebeu a orientação do prefeito de avaliar caso a caso.
“É avaliar primeiro, para depois cortar. Já
houve cortes, em alguns casos pequenos. E o grosso, já pedi agilidade para essa
avaliação. A gente não quer cometer é injustiça. Mas, obviamente, se for
ilegal, a gente vai cortar. Passei isso para os sindicatos. Eles sabem disso.
Mas, obviamente, a gente tem que fazer isso com muita cautela e
responsabilidade. Porque algumas pessoas recebem esses valores há muito tempo.
Mas se for absolutamente ilegal, não temo como ser mantido”, garantiu o
prefeito.
Na conversa que teve com o Blog, na tarde de
quarta-feira (25), Rui Palmeira citou uma modalidade de gratificação ilegal,
comparável à chamada GDE que foi denunciada na Assembleia Legislativa do Estado
(ALE). Trata-se de “verba irretirável”, que era concedida de forma subjetiva
por gestores anteriores.
“Os servidores pediam essa verba e a
administração concedia ou não, de maneira totalmente subjetiva. Inclusive não
tem uma lei, um marco legal, que a criou. E a gestão concedia para quem queria.
É a ‘verba irretirável’. Ainda tem esse nome. Era concedida sem parâmetros e
sem critérios objetivos. Era: ‘eu gosto de você e vou te dar mil reais, eu
gosto mais de fulano e vou dar a ele 3 mil reais’. Nem para os valores havia um
parâmetro. E isso tem um peso alto, de um milhão e meio por mês só dessa verba.
E são várias outras, que somam quatro milhões e meio de reais. E quando for
chegando o parecer da Procuradoria Geral do Município, mostrando que é
realmente ilegal, a gente vai cortando”, assegurou o prefeito.
Na tarde de ontem, o prefeito se
reuniu com representantes dos sindicatos dos servidores de Maceió e reafirmou a
impossibilidade de atender as reivindicações. Também destacou a valorização do
servidor e em sua gestão, que acumula um percentual de 16% de reajuste salarial
desde 2013.
Tecnologia para reagir
Fonte: Secom/Maceió
Um comentário:
Não sei o que me decepciona mais: se é a covardia dos omissos, ou se é a hipocrisia dos que fingem honestidade com a grana do povo nos bolsos. Político bom é aquele que sufoca o grito da própria ganância em nome do bem comum, e não tem medo de denunciar em alto e bom som a desonestidade dos seus pares. QUEM CALA CONSENTE! O que não dá mais pé é a gente votar nos caras, e os caras atuarem só em nome da sua cambada. Se eu voto, é porque eu quero ter voz, ser ouvido e ser representado, e não só pro cara se dar bem às minhas custas. CONSCIÊNCIA COM URGÊNCIA!
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