11 de dezembro de 2015



SÃO PAULO: GUARDA CIVIL METROPOLITANA ATUA NO PROJETO "GUARDIÃ MARIA DA PENHA"



Se o objetivo é proteger efetivamente vítimas de violência doméstica, a parceria entre o Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID) do Ministério Público Estadual (MPE) e as Secretarias Municipais de Segurança Urbana (SMSU) e de Políticas para as Mulheres da cidade de São Paulo veio a calhar.

O projeto “Guardiã Maria da Penha”, inaugurado no ano passado, permite a atuação direta da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na proteção destas vitimas e garante as medidas previstas em Lei.

Inspirado nas “Patrulhas Maria da Penha”, do Rio Grande do Sul, Guardas Civis Metropolitanos visitam as casas, sem agendamento, para coibir a violência contra mulheres que são ameaçadas, mesmo com a medida protetiva concedida pela justiça contra o agressor.  Além do Rio Grande do Sul, os estados do Espírito Santo, Curitiba e Paraná têm iniciativas semelhantes.

“A GCM promove um policiamento e acolhimento humanizado, encaminhando essas mulheres para os serviços da rede”, explica a Promotora de Justiça do GEVID, Silvia Chakian de Toledo Santos.

“O perfil dos guardas que fazem esse tipo de trabalho é essencial. Buscamos a história de vida dessas pessoas, a formação que elas tiveram e o que gostam para destinarmos ao projeto. Um trabalho como esse precisa de um perfil adequado e é um dos motivos pelos quais está dando tão certo”, afirmou o comandante da GCM, Gilson de Menezes em notícia veiculada no Portal de Notícias da Prefeitura de São Paulo.

Em um ano, já foram realizadas aproximadamente 6.579 visitas. “Somente cinco novas ocorrências foram registradas, sendo apenas duas de violência doméstica, uma delas com prisão em flagrante do agressor”, informa a SMSU. Até o fechamento desta edição, o “Guardiã Maria da Penha” trabalhava no atendimento ativo de aproximadamente 40 mulheres.

Entre as notícias postadas pelo site da Secretaria Municipal, encontramos o depoimento de Silvia Oliveira, 38 anos, moradora da região de Campos Elíseos, na cidade de São Paulo.  “Além de garantir minha segurança e minha vida, esse projeto é extremamente válido, porque tira a lei e a medida protetiva do papel, porque eles acompanham o caso, visitam e passam tudo para a promotora. Há mulheres saindo dessas estatísticas terríveis e espero que em breve, eu também saia”, relatou.

Silvia foi casada por dois anos com um homem, autor de violência doméstica, com quem teve um filho. Mesmo após a medida protetiva e a separação, o ex-companheiro continuou com ameaças por telefone, tentativas de abuso e violência. Em um novo relacionamento, ela também teve outro companheiro também violento.

 “As vítimas de violência namoram, noivam e casam muito rápido. Somos envolvidas em uma teia de sedução e se não cumprirmos a nossa função de cidadã e mulher de denunciar e cobrar medidas, a lei não sai da teoria. Para uma lei sair do papel, o cidadão e especificamente, a mulher tem que agir e fazer valer”, comentou Silvia Oliveira.

A intenção é ampliar.  A GCM pretende realizar visitas a mulheres que tiveram seus pedidos de medidas protetivas negados pela Justiça. A expectativa é que com a realização de visitas a essas mulheres, avaliação de situação de risco e se for o caso, novos relatórios, permitam ao GEVID a tentativa de alteração da decisão judicial. “Poderemos trabalhar em paralelo à vontade jurídica, que por vezes é burocrática ou mais demorada, oferecendo uma pronta resposta qualificada do poder público para essas mulheres que também estão em risco e precisam de apoio”, informou o comandante da GCM, Gilson de Menezes.
Fonte: Sindpolf/SP

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