1 de janeiro de 2016

PREFEITURAS TERÃO IMPACTO DE 73,1 MILHÕES COM NOVO MÍNIMO



O salário mínimo de R$ 880 anunciado pela presidente Dilma Rousseff nem foi pago ainda, mas já provoca repercussão em todo o país. Empresários, comerciantes e gestores públicos terão pela frente a missão de adequar suas contas ao novo valor que vigora a partir de hoje. O salário passou de R$ 788 para R$ 880, um aumento de 11,67%.

A Gazeta de Alagoas ouviu o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), prefeito de Jequiá da Praia, Marcelo Beltrão, e o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Santos Júnior, sobre o impacto do novo mínimo nas finanças dos setores aos quais estão ligados.

Para quem vive a realidade da administração pública, a ordem é se adequar ao novo valor do mínimo, até porque é uma política de governo. É o que pensa o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos, prefeito Marcelo Beltrão.

Ele revelou que, conforme o perfil salarial da maioria dos municípios, pouco mais da metade das despesas é com trabalhadores que recebem um salário mínimo. “E essa política do salário mínimo é importante. Diria necessária porque atinge muitas pessoas. É digno porque é uma reposição. Mas, não tenho dúvidas que existirão algumas dificuldades. Entretanto, é a política nacional e temos que respeitar”, ponderou Beltrão.

Ele lembrou ainda que, atrelado ao aumento do salário mínimo, virão também as negociações salariais que levarão em conta esse reajuste, que tem como base a reposição inflacionária. “O próprio governo federal também deve sentir, não com os trabalhadores da ativa, mas com as pensionistas e os aposentados”, completou o presidente da AMA.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou um levantamento detalhado sobre o impacto do novo mínimo nas prefeituras em todo o país.

Conforme os dados apurados, agora a conta dos municípios brasileiros com seus servidores subiu mais R$ 2,6 bilhões. Esse é o valor da diferença gerada pelo reajuste de R$ 788 para R$ 880.

O levantamento, entretanto, é apontado como subestimado. Ou seja, o impacto real pode ser um pouco ainda maior.

Quando separado por região, os efeitos do aumento dos gastos colocam o Nordeste como a região que mais terá despesas: R$ 1,2 bilhão.

Em Alagoas, onde existem 102 municípios, de imediato o impacto para todas elas é de R$ 63 milhões. Se adicionado os R$ 10,2 milhões de encargos sociais a conta sobe para R$ 73,1 milhões. “Esse é o nosso desafio, conviver com o aumento de despesas com a redução ou estagnação de receitas”, concluiu Beltrão.
Fonte: Gazetaweb

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