CARABINA .40 TAMBÉM É USADA EM ISRAEL E FOI ELOGIADA POR 'PODER DE PARADA'. NOVO ARMAMENTO NÃO IRÁ SUBSTITUIR OS FUZIS NAS UPPS.
A Polícia Militar do Rio irá adotar um novo
armamento para ser utilizado nas comunidades pacificadas. A Carabina CT .40 é
considerada um equipamento intermediário entre as pistolas e fuzis utilizados
atualmente pela PM. A grande expectativa é de que esta arma minimize episódios
de tiros acidentais e balas perdidas. A carabina, que pode ser a “solução” para
esses episódios violentos, também deve ser utilizada nas Olimpíadas.
O secretário de Segurança, José Mariano
Beltrame, visitou na quarta-feira (11) o Comando de Operações Especiais (COE),
onde os PMs estavam passando por um treinamento (veja vídeo abaixo). Depois de
ter admitido que as UPPs passam pelo seu pior momento, o secretário comemorou a
chegada da carabina para o policiamento do Rio.
“Nós procuramos, através do COE, uma arma que
se adequasse a essa realidade e chegamos a essa Carabina CT .40. Obviamente é
uma arma também letal, mas ela tem uma capacidade de parada muito menor do que
um fuzil, ela tem um sistema que evita a rajada, ou seja, o tiro disperso
demais. É uma arma leve, de fabricação brasileira, que já foi aceita em várias
polícias do Brasil e também pela polícia de outros países. Pelo que eu vi aqui,
ela está tendo aceitação dos policiais e também temos uma avaliação técnica de
que é uma proposta interessante. A gente pretende com isso fazer a parte da
polícia que é torna-la cada vez menos letal”, disse.
Em entrevista ao G1, o chefe do Centro de
Instrução do COE, major Joelmir, afirmou que a possibilidade de acontecer um
tiro acidental é quase nula com a utilização da nova arma. De acordo com ele,
as chances de uma pessoa ser atingida por uma “bala perdida” serão reduzidas
nas comunidades do Rio. A preocupação com estes episódios se faz necessária já
que nos últimos sete dias, oito pessoas foram vítimas de balas perdidas.
“Esse armamento é diferente do fuzil porque o
fuzil tem um alcance de quatro quilômetros. Imagina você acertar um tiro a
quatro quilômetros? Ele tem um poder de parada muito mais alto, então as
chances dele executar um tiro acidental ou fazer um tiro fora do alvo são
mínimas, são quase nulas. Não existe um acidente com essa arma. Ele reduz a
letalidade, vai zerar a letalidade com o incidente deste armamento. Não existe
incidente com esse armamento. O policial tem que querer fazer o disparo e vai
acertar onde o policial fizer a sua visada. Ele não vai dar um tiro de três
metros e acertar onde ele não queria”, afirmou.
Especialista
aprova
O especialista em emprego tático de
armamento, Paulo Storani, conversou com o G1 sobre a adoção do novo equipamento
para a corporação. Ele explicou que as características da nova arma são
adequadas para serem usadas nas comunidades do Rio.
“O calibre 40 ele deve entendido como calibre
policial. Por causa do poder de parada e baixo poder de penetração como os
projeteis de fuzis. É um calibre para ser usado para pequenas distancias. A
utilização do fuzil 556 ou 762, que podem chegar a 4 quilômetros, é
extremamente perigoso para não atingir inocentes. A adoção desse calibre
permite uma arma com um poder de parada. A carabina não faz tiro de rajada, mas
permite maior precisão. O policial ganha em autonomia de tiro, tem a letalidade
necessária para a neutralização de um agressor e com menor poder de
penetração”, explicou.
Storani afirmou ainda que a Carabina é
reconhecida internacionalmente e utilizada em Israel. Para ele, a possibilidade
de acontecer um episódio de bala perdida foi reduzida, mas não foi eliminada.
“Não tem o poder de penetrar parede ou uma
placa de aço. É uma arma reconhecida internacionalmente, inclusive em Israel.
Lá também é usada para ação policial. Uma arma que dá segurança ao policial,
permite que ele responda a uma agressão e o policial tem um poder necessário
para realizar seu trabalho. Os fuzis só foram adotados por causa de uma falta
de equipamento que pudesse se adequar a realidade do Rio. Por parte do policial
será reduzido a possibilidade da bala perdida. Não sei especificar um
percentual preciso, mas é será bem expressivo. Estamos falando de redução e não
a eliminação da possibilidade”.
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