5 de agosto de 2016

GUARDAS MUNICIPAIS DE VÁRIAS PARTES DO BRASIL PROMETEM FAZER PARALIZAÇÃO NACIONAL NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA

SINDGUARDA-AL DIZ NÃO RECONHECER LEGITIMIDADE DO MOVIMENTO QUE ORGANIZARÁ PARALISAÇÃO NACIONAL

Mobilizados por centrais sindicais e sindicatos representativos, Guardas Municipais de várias cidades brasileiras prometem fazer uma grande paralisação nacional, na próxima segunda-feira (08/08), com o objetivo de advertir os prefeitos quanto ao cumprimento da Lei nº 13.022/2014 (Estatuto Geral das Guardas Municipais), que instituiu normas gerais para as GMs atuarem em todo o território nacional.

O dia escolhido nacionalmente para essa paralisação foi estratégico pelos organizadores por coincidir com a data da entrada em vigor do Estatuto Geral das Guardas Municipais, dia 8 de agosto de 2014.

Prefeitos de todo o país tiveram dois anos para adequar as suas Guardas Municipais a lei federal, no entanto, alegando passar por “dificuldades financeiras”, em decorrência da crise ainda em curso, poucas prefeituras providenciaram tais adequações.

O Estatuto Geral das Guardas Municipais, prever, dentre outras medidas, implantação de carreira única, repasse do comando das Guardas aos GMs de carreira, afastamento de GMs contratados sem concurso público, exigência do ensino médio para o ingresso na carreira, capacitação para todo o contingente, regularizado porte de arma, criação de centro de formação.

PROTESTO CONTRA O PLP 257/16

Durante a paralisação prevista para segunda-feira, muitos sindicatos que representam Guardas Municipais irão juntar o útil ao agradável e prometem protestar também contra o Projeto de Lei Complementar 257/2016.

O projeto é de autoria do governo federal e busca renegociar as dívidas dos Estados com a União, no entanto, a proposta impõe contrapartidas que podem trazer gravíssimos prejuízos aos Servidores Públicos das esferas federal, estadual e municipal.

São vários os prejuízos que essa proposta poderá trazer aos Servidores caso seja aprovada, dentre eles é possível destacar: congelamento de reajuste ou adequação de salários; previsão de acabar com progressões em plano de cargos e carreira; restrição do pagamento de licença prêmio e férias; aumento da contribuição da previdência de 11% para 14%; suspensão da realização de concurso público; criação de programas de demissão voluntária; licença temporária não remunerada.

Dizendo não reconhecer a legitimidade dos seguimentos que estão organizando a paralisação nacional, um dirigente do SINGUARDA-AL, informou que a entidade deliberou por não participar do ato de segunda-feira, toda via, teria autorizado a seus delegados sindicais a realizarem a manifestação nas cidades de origem caso desejassem.

ADEQUAÇÃO DA LEI Nº 13.022/14 EM ALAGOAS

Nenhum dos municípios de Alagoas com Guardas Municipais conseguiram se adequar integralmente a Lei nº 13.022/2014, segundo informou o sindicato da categoria. Os municípios de Traipu, Girau do Ponciano e Marechal Deodoro, por exemplo, teriam dado o primeiro passo e implantado apenas a carreira única. Outros dois municípios, Delmiro Gouveia e Atalaia, estariam com projetos de carreira única em processo de negociação.

Quanto as Guardas Municipais que já providenciaram, segundo o sindicato, a transferência de comando para os GMs de carreira, estão, Barra de Santo Antônio; Pilar; Barra de São Miguel; União dos Palmares; Capela; Atalaia; Jequiá da Praia; Girau do Ponciano; Delmiro Gouveia; Traipu; Olho D’água das Flores; Jacaré dos Homens; Pariconha; Batalha e Água Branca.  

O Sindicato da categoria em Alagoas informou ainda, que no próximo dia 12 de agosto (sexta-feira), estará realizando uma reunião com todos os delegados sindicais dos municípios com GMs filiados a entidade para discutir a formalização de denúncias junto ao Ministério Público contra os prefeitos que descumpriram o Estatuto Geral das Guardas.

Se os sindicatos representativos dos Guardas Municipais em todo o Brasil cumprirem de fato o papel de guardiões da Lei nº 13.022/2014, e acionarem o Ministério Público, a grande maioria dos prefeitos que descumpriram a legislação poderão responder por crime de improbidade administrativa, podendo, inclusive, se tornar inelegíveis.
GM NOTÍCIA-AL

Nenhum comentário: