A Guarda já foi gerida por delegados com vasta
experiência na segurança pública, por coronéis do mais alto gabarito, por operadores
do direito conceituados, e, no entanto, nenhum deles conseguiu resgatar a alta
estima dos GMs e valorizar a instituição. Quer saber qual foi à causa de todo
esse insucesso? A indisponibilidade de recursos freados pelos próprios prefeitos.
Sem dinheiro para capacitar, estruturar e mostrar
serviço junto à população, os gestores que passaram pela Guarda sempre buscaram
fazer uso da criatividade passando a adotar medidas paliativas que tão somente serviram
para camuflar a crise vivida pela instituição e evitar a rotulação de seus nomes
como incompetentes. O que não foram.
Ao longo dos anos, as medidas paliativas mais usadas
para projetar uma realidade inexistente e camuflar o caos na Guarda Municipal
foi à criação de grupamentos, a exemplo do GAJAR, GAAO, Banda de Música, Bike
Patrulha, CGTRAN, GPOP, dentre outros.
Com o desejo de ver a instituição crescer enquanto
órgão municipal de segurança, GMs, Inspetores e Subinspetores, durante anos, se
deixaram levar por promessas de que tais grupamentos receberiam coletes
balísticos, fardamentos, viaturas, armamento, capacitação, aumento de efetivo e
incentivo financeiro, promessas que nunca foram cumpridas na íntegra.
As desculpas dos prefeitos de que não poderiam
tirar a Guarda do atraso sempre foram às mesmas, “a arrecadação está baixa”, “estamos
atravessando forte crise financeira”, “há instabilidade política no país”, “estamos
administrando no limite”, etc.
Na esperança de que vinham dias melhores, GMs
continuaram exercendo a profissão com uniformes desbotados, com coturnos
rasgados, com baixo efetivo, sem coletes balísticos, com salários defasados,
sem armamento, treinamento, amparo jurídico, em fim, puseram suas vidas em
risco em prol de dias melhores.
Sem ter como defender a si próprio e a população passaram
décadas desempenhando mero papel de espantalhos da marginalidade, enquanto
isso, prefeitos eram acusados por corrupção, por desviar milhões de reais da
saúde, da educação, e até da segurança pública municipal que na prática nunca
existiu.
Numa demonstração de que foi pouco deixar a Guarda
Municipal no atraso por décadas, eis que agora aparece o então prefeito de
Maceió, Rui Palmeira, dando demonstração de que é possível engordar ainda mais os
cofres da prefeitura tirando dos salários dos Guardas Municipais.
Caso se confirme o não repasse da inflação
acumulada no ano passado, míseros 6,29%, os GMs somarão perdas salariais de 12,46%,
já que em 2016 o governo deixou de repassar 6,17% do IPCA acumulado no ano
anterior.
Se considerarmos os rumores de que o governo poderá
acabar com o anuênio, será mais 1% de perda. Os GMs ainda corre grande risco de
sofrer mais cortes com as reformas que estão por vir, como a da previdência
municipal, do plano de cargos e carreira, do estatuto geral, e, ainda, as da
reforma da maldade do governo Temer.
O momento é de união, organização e coragem para
defendermos o que já conquistamos e de continuarmos lutando pelo que ainda há
para conquistar.
GM NOTÍCIA-AL
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