O Guarda Municipal de Maceió, Benedito dos Santos, é filho do folião alagoano, Rás Gonguila, que foi tema de enredo e homenageado na noite de domingo, 11 de fevereiro, pela Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis, na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, com o enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”.
Orgulhoso pelo reconhecimento e pela homenagem feita ao pai, o Guarda Municipal, Benedito dos Santos, juntamente com o irmão, Osvaldo dos Santos, e com a sobrinha-neta, Silviany Domingues, viajaram para o Rio de Janeiro para participar da homenagem feita pela Beija-Flor a Rás Gonguila, e também desfilaram na Marquês de Sapucaí.
De acordo com relatos do historiador Carlito Lima, o folião homenageado pela Beija-Flor, Benedito dos Santos (Rás Gonguila), era engraxate no centro de Maceió, e usava uma cadeira confortável que lembrava o trono de reis e rainhas e, vestido em seu terno branco, conseguia o dinheiro para organizar e colocar nas ruas o maior bloco de Maceió na época, o “Cavaleiro dos Montes”, nas décadas de 1920 e 1930.
"Ele era um negro alto, forte, bonitão. Só andava de paletó branco. Mesmo sendo engraxate, ele tinha uma cadeira confortável ali na Rua do Comércio [no centro de Maceió]. Depois de engraxar, ele pedia sempre o dinheirinho para o livro de ouro. Esse livro de ouro era sagrado para ele. Aquele dinheiro que ele arrecadava com o livro de ouro era para em setembro, outubro, começar a organizar o bloco Cavaleiro dos Montes, que era o maior bloco de frevo que tinha aqui em Maceió", disse o historiador.
Benedito dos Santos nasceu em Maceió em 1905 em uma rua entre as Igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e de São Benedito, no Centro. Os pais sofreram os horrores da escrivão. Já libertos e analfabetos, sobreviviam vendendo frutas nas ruas da velha cidade ou limpando os casarões dos barões do açúcar.
A vida terrena do imperador do carnaval de Maceió acabou em 1968 por um ataque cardíaco. Ele deixou cinco filhos e o legado para a cultura popular de Alagoas.
Com apenas seis anos de idade na época, o Guarda Municipal Benedito disse que tinha pouca lembrança do pai, mas que havia guardado na memória muitos feitos dele a partir de relatos dos irmãos mais velhos.
O GM Benedito disse esperar que a Beija-Flor seja a campeã, e concluiu dizendo que o seu pai sempre foi um vencedor e um campeão, e que representava bem a cultura alagoana na época.
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