Fonte: G1 - Luiz Felipe Barbiéri
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (9) que o parlamento estaria disposto
a debater uma redução temporária nos salários de todo o funcionalismo público
federal para bancar a prorrogação
do auxílio emergencial nos moldes atuais – incluindo o valor de
R$ 600.
Pela manhã, o
presidente Jair Bolsonaro afirmou que aceitaria manter os R$ 600 mensais, desde
que deputados
e senadores reduzissem os próprios salários para ajudar a
financiar o programa.
Segundo Rodrigo
Maia, esse orçamento só seria coberto se, além do Legislativo, os poderes
Executivo e Judiciário também fizessem o sacrifício.
“Se todos os
poderes topassem cortar um valor, que seja por 6 meses, 10%, ou um percentual
maior por menos tempo para garantir os R$ 600, eu tenho certeza que o
parlamento vai participar e vai defender. Não tem nenhum problema”, declarou
Maia.
O auxílio
emergencial de R$ 600 pago a informais, desempregados e famílias mais afetadas
economicamente pelo coronavírus. A lei aprovada prevê três pagamentos, e o
governo federal diz que, para
estender por mais dois meses, terá que reduzir o valor para R$ 300.
Em entrevista nesta terça, Maia disse que a
proposta de mexer nos rendimentos dos servidores públicos teve origem na
própria Câmara mas, até o momento, não recebeu adesão suficiente para se
concretizar.
"Essa
proposta, ela partiu da Câmara dos Deputados no início da pandemia. Nós
defendemos muito, tenho certeza que o Senado também, a construção de condições
para que a gente possa continuar transferindo renda para os brasileiros mais
simples e mais vulneráveis", acrescentou.
Custo dos poderes
Segundo o presidente da Câmara, o custo da
folha de pagamentos do Legislativo federal é bem inferior ao dos demais
poderes. Por isso, diz, o corte nos salários de deputados e senadores não seria
suficiente para cobrir o auxílio.
Maia afirma que o
gasto anual do poder Executivo com pessoal é de R$ 170 bilhões, e do
Legislativo, R$ 5 bilhões. Para fazer esse corte geral, ele defende que os
servidores da saúde que atuam diretamente no combate à Covid-19 tenham os
salários preservados.
“Se o debate for
esse, não há nenhum problema que todo mundo participe para compensar a
manutenção de dois meses, três meses, da renda mínima. Lembrando, claro que
teremos de fazer um corte dos maiores salários”, afirmou.
Segundo a área
econômica, os três meses de repasses de R$ 600 já previstos na lei custam, em
média, R$ 51,5 bilhões por mês. O total estimado é de
aproximadamente R$ 152 bilhões, valor que não inclui a prorrogação do auxílio.
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