Não
bastasse a defasagem salarial acumulada por mais de três anos, assim como à não
execução de progressões funcionais asseguradas no Plano de Cargos e Carreira
dos Servidores Municipais, eis que os Guardas Municipais de Maceió, que se
encontram afastados por força do Decreto Municipal Epidemiológico, inclusive
aqueles que contraíram o COVID-19 no exercício da profissão, tiveram uma
surpresa nada agradável ao consultar o contracheque do mês de junho na tarde de
sábado (20), descobriram que vão ter o adicional noturno cortado.
O Blog
tentou descobrir de onde teria partido essa lamentável iniciativa de reduzir a
remuneração dos Guardas Municipais em um momento de crise extremamente delicado
para todas as categorias do serviço público e demais classes trabalhadoras.
No dia
2 de junho, o Blog indagou o titular da SEMSCS, Ênio Bolívar, se havia alguma
pretensão do órgão de cortar o adicional noturno desses GMs afastados, o mesmo
informou o seguinte naquela ocasião: “Essa informação não chegou pra
mim. Isso é ação da secretaria de gestão (SEMGE), eu só faço o que estiver
dentro da legalidade. Não tenho interesse em mexer em nada, mas se for
determinação superior dentro da legalidade temos que cumprir”. Informou o Secretário Bolivar.
O
Inspetor Geral da Guarda Municipal, Jerônimo Barbosa, em contato com o Blog, foi
enfático ao esclarecer que não teria sido iniciativa sua cortar o adicional
noturno dos GMs afastados, muito pelo contrário, ressaltou o Inspetor. “A
Inspetoria Geral não tem poder de decisão, ela é vinculada a uma secretaria
cujas decisões vem do secretário e do secretário adjunto, cabendo a essa Inspetoria
Geral apenas obedecer essa cadeia hierárquica. Tentei, lutei desde o começo
evitar esse corte por entender se tratar de uma situação excepcional por conta
da pandemia, no entanto, não consegui reverter”. Esclareceu o Inspetor
Geral.
O Blog buscou
também saber a opinião do presidente do SINDGUARDA-AL, Carlos Antônio (Pisca),
sobre esse corte inesperado do adicional noturno. “Se o nosso secretário quisesse
não teria cortado o adicional noturno de ninguém, porque somos nós que
gerenciamos o ponto dos Guardas Municipais. Ele poderia ter mandado todo mundo
assinar o ponto e, tranquilamente, todos teriam recebido o adicional noturno
normalmente. Criticou Carlos
Antônio (Pisca).
O
presidente do Sindicato disse também que “faltou bom senso da parte do secretário Ênio
Bolivar. Muitos Guardas Municipais contraíram o COVID-19 trabalhando no combate
a pandemia, eles adoeceram, não tiveram assistência nenhuma, nem da secretaria
nem da prefeitura, e o que recebeu em troca foi o corte do adicional noturno.
Então, na minha visão, se houve o corte do adicional a responsabilidade é
inteira da nossa secretaria e não da secretaria de Gestão”. Ressaltou o
sindicalista.
Carlos
Antônio (Pisca) aproveitou o ensejo para informar também que, o Sindicato já havia
solicitado uma audiência de conciliação, junto ao Ministério Público do
Trabalho (MPT), numa tentativa de que houvesse consenso entre o Sindicato e a Secretaria
para que fosse mantido o adicional noturno dos GMs que contraíram o COVID-19.
Segundo o Sindicalista,
outros servidores da prefeitura, citando como exemplo os da Saúde, se afastaram
das atividades fins por terem contraído o COVID-19, no entanto, não teriam
sofrido o corte da insalubridade.
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