O Consórcio Nordeste, formado pelos
nove governadores da região, divulgou uma nota neste domingo (29) se
posicionando a favor do Decreto 12.432/2024 do governo Federal, que
estabelece limites no uso da força policial pelos agentes de segurança,
com foco no respeito aos direitos humanos.
Apoiadores do governo Lula, os gestores nordestinos se
contrapuseram aos governadores do Consórcio de Integração Sul e Sudeste
(Cosud), que se uniram para pedir a revogação do decreto publicado na
terça-feira (24).
"É importante destacar que o Decreto 12.432/2024 não altera a autonomia dos Estados nem as normativas já estabelecidas. Ao contrário, ele reafirma a centralidade da prudência, do equilíbrio e do bom senso no exercício da atividade policial.
Além disso, sublinha a necessidade de constante modernização das técnicas de atuação, promovendo mais segurança tanto para os profissionais quanto para a sociedade, sempre com a preservação da vida como prioridade absoluta", pontua parte da nota do Consórcio Nordeste.
Divergência
Em sentido oposto, parte dos governadores do Cosud
tentam barrar o Decreto. "O decreto 12.341 publicado nesta semana pela
União beneficia o crime organizado e, na prática, bloqueia a autonomia
dos estados, num claro sinal de violação da Constituição brasileira”,
diz o documento, assinado por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP),
Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
Os outros governadores que fazem parte do Cosud - Eduardo Leite
(PSDB-RS), Jorginho Mello (PL-SC) e Renato Casagrande (PSB-ES) - não
subscreveram a nota.
O Consórcio Nordeste encerra sua nota, reafirmando que
"não há qualquer prejuízo à autonomia dos Estados. Seguimos plenamente
comprometidos com uma política de segurança pública mais
moderna, eficiente e humana, onde a proteção da vida é o eixo central de
todas as nossas ações", conclui.
Sem alterações
Apesar das críticas dos governadores dos principais Estados do País, o
ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, descartou mudanças no texto do
decreto e vai antecipar para o mês de janeiro a regulamentação das
medidas. O ministério tem prazo de 90 dias para publicar a portaria com
os detalhes dos procedimentos, mas o titular da pasta quer acelerar a
implementação.
Recursos X Regras
Um dos incômodos dos governadores opositores é que o decreto condiciona
repasses do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) aos Estados que
seguirem as regras do uso de força pelas polícias. Governadores acusam o
governo federal de enfraquecer a autonomia estadual na segurança
pública. Pelas normas atuais, o governo só tem a obrigação de
“considerar a observância das diretrizes” para fazer os repasses. Pelas
novas regras, o Estado que não seguir a cartilha poderá ficar sem os
recursos. Fonte: UOL
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