Na ânsia de permanecer por mais quatro anos torrando
o dinheiro público, muitos prefeitos se empolgaram e acabaram esquecendo-se que
meses atrás suas prefeituras se encontravam mergulhadas numa crise sem precedentes,
não havia dinheiro, por exemplo, para pagar reposição salarial, executar
progressões funcionais e nem tão pouco para quitar retroativos ou regularizar
porte de arma.
Choradeiras a parte, nos meses que antecedeu as eleições
a máquina administrativa de muitas prefeituras trabalhou a todo vapor. Milhões
foram escoados para o mercado publicitário, outros milhões para o setor
gráfico. Fornecedores de combustíveis continuam sorridentes com o aquecimento
nas vendas, e os poucos investimentos que foram direcionados a população visaram
angariar votos e servir como outdoor eleitoral.
A partir de janeiro de 2017, o cenário financeiro
das prefeituras não será diferente dos demais anos pós-eleições. O dinheiro
público entrará em processo de hibernação por pelo menos seis meses. Não haverá
dinheiro para absolutamente nada. O velho discurso da crise financeira voltará com
força e servirá como manto para acobertar a quitação de dividas contraída
durante a campanha eleitoral. Aprovar projetos de interesse dos Servidores
nesse período, nem por sonho. Sempre foi assim.
Os primeiros seis meses pós-eleições também
representa um período difícil para alguns sindicalistas. Muitos prefeitos buscam
fechar apoio político com os sindicatos como estratégia para não serem importunados
durante os seis meses de hibernação financeira. Aos sindicalistas que se
envolvem nesse processo resta a missão de contornar a pressão de suas bases,
esticando o máximo possível à negociação salarial, defendendo o parcelamento de
reajustes e o pagamento de retroativos devido aos servidores.
Como sempre aconteceu em períodos pós-eleições, os
Servidores Municipais também deverão cumprir suas penitências. Paralisarão as
atividades e com certeza irão às ruas expressarem indignação frente à
declaração dos prefeitos de que não há dinheiro por conta da crise e da redução
do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Quem viverá até lá com certeza
testemunhará mais uma vez a conclusão desse ciclo.
GM NOTÍCIA-AL
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