29 de setembro de 2016

PASSADA AS ELEIÇÕES PREFEITOS DEVEM RETOMAR O DISCURSO ESFARRAPADO DE QUE NÃO HÁ DINHEIRO

Na ânsia de permanecer por mais quatro anos torrando o dinheiro público, muitos prefeitos se empolgaram e acabaram esquecendo-se que meses atrás suas prefeituras se encontravam mergulhadas numa crise sem precedentes, não havia dinheiro, por exemplo, para pagar reposição salarial, executar progressões funcionais e nem tão pouco para quitar retroativos ou regularizar porte de arma.

Choradeiras a parte, nos meses que antecedeu as eleições a máquina administrativa de muitas prefeituras trabalhou a todo vapor. Milhões foram escoados para o mercado publicitário, outros milhões para o setor gráfico. Fornecedores de combustíveis continuam sorridentes com o aquecimento nas vendas, e os poucos investimentos que foram direcionados a população visaram angariar votos e servir como outdoor eleitoral.

A partir de janeiro de 2017, o cenário financeiro das prefeituras não será diferente dos demais anos pós-eleições. O dinheiro público entrará em processo de hibernação por pelo menos seis meses. Não haverá dinheiro para absolutamente nada. O velho discurso da crise financeira voltará com força e servirá como manto para acobertar a quitação de dividas contraída durante a campanha eleitoral. Aprovar projetos de interesse dos Servidores nesse período, nem por sonho. Sempre foi assim.

Os primeiros seis meses pós-eleições também representa um período difícil para alguns sindicalistas. Muitos prefeitos buscam fechar apoio político com os sindicatos como estratégia para não serem importunados durante os seis meses de hibernação financeira. Aos sindicalistas que se envolvem nesse processo resta a missão de contornar a pressão de suas bases, esticando o máximo possível à negociação salarial, defendendo o parcelamento de reajustes e o pagamento de retroativos devido aos servidores.

Como sempre aconteceu em períodos pós-eleições, os Servidores Municipais também deverão cumprir suas penitências. Paralisarão as atividades e com certeza irão às ruas expressarem indignação frente à declaração dos prefeitos de que não há dinheiro por conta da crise e da redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Quem viverá até lá com certeza testemunhará mais uma vez a conclusão desse ciclo.
GM NOTÍCIA-AL

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