A música é um
elemento com potencial para transformação social, seja em aspectos
educacionais, éticos, ou mesmo de relacionamento. Dessa forma, os grupamentos
musicais de instituições voltadas à segurança e proteção da sociedade
contribuem para uma aproximação com a comunidade e o aumento da confiança nos serviços
prestados.
A Banda de Música
da Guarda Municipal de Maceió foi reativada em março de 2017 após ficar oito
anos sem atividade – foi criada com a Lei nº 5.421/2004, que dispõe sobre o
Estatuto da Guarda Municipal. Sua formação atual conta com 20 integrantes, e os
ensaios são realizados cerca de três vezes por semana. O repertório é
diversificado: vai da MPB ao forró; e ainda entoa os hinos do País, Estado e
Município nas solenidades oficiais.
Com um reconhecimento cada vez maior, a
agenda é bem concorrida e está sempre cheia. Além das apresentações em diversos
festejos na capital alagoana, a banda se integra em projetos comunitários e
educacionais – como é o caso do Guarda Faz Escola, quando realiza apresentações
em escolas da rede pública municipal. Os músicos também apresentam seu
repertório no Projeto Domingo de Lazer, na orla marítima, e no Maceió Lagoa
Aberta, na orla lagunar, além de outros municípios alagoanos.
O secretário municipal de Segurança
Comunitária e Convívio Social, Enio Bolivar, acredita que a dedicação e o
profissionalismo dos músicos são os responsáveis pelo sucesso da Banda de
Música. “A Banda de Música é extensão da Guarda Municipal e representa a
secretaria como um todo, levando alegria e a música, que é uma linguagem
universal.
Com ela, as pessoas sentem-se mais próximas e
conseguem enxergar no agente de segurança um cidadão, alguém que está
transmitindo algo tão bom. Ela pode ser um instrumento de prevenção e, por
isso, queremos avançar com esse projeto cada vez mais para as comunidades. E o
nosso objetivo é fazer a banda tornar-se patrimônio cultural e social do nosso
Estado”, afirma.
Alguns dos
integrantes
Músico desde os 14 anos, Edimir Tavares é o
maestro da banda e faz parte dela desde a primeira formação, em 2004, já como
regente. “Conciliar a vida pessoal com a da banda não é fácil. O maestro
não é só aquele personagem que fica na frente da banda mexendo os braços. Cada
cabeça é um mundo e somos nós, maestros, que temos que entender cada um e ter
uma solução”, afirma.
Ele também se dedica a outra arte: a
xilogravura. “É uma arte feita na madeira com a poesia e ainda faço os arranjos
musicais da Banda. Sinto alegria com o que faço. Estou há muito tempo na
música, mas enfrentar um público, hoje, sedento de música de qualidade, me faz
procurar o máximo de perfeição, então, estou sempre em busca de aprendizado
para estar preparado. Ver a satisfação do nosso público ao nos assistir é a
minha maior motivação. Espero que a banda não seja desativada nunca mais”,
pede.
O guarda municipal Walter Douglas se
reintegrou à banda há dois anos, mas também fez parte da primeira formação. Ele
toca saxofone e canta. Perfeccionista, além dos ensaios com os colegas, tem uma
rotina diária de estudos. “A música é uma linguagem que comunica bem as
sensações. Tenho o sentimento de estar sendo útil à sociedade, oferecendo este
tipo de serviço. Atualmente, também estou trabalhando com teatro, o que me fez
descobrir a contação de história no projeto a Guarda Faz Escola. Fico muito
realizado com o nosso trabalho e o resultado que temos alcançado”, revela.
“Carrego a música nas veias. Pra mim, existe
toda uma tradição familiar”. A afirmação é do guarda municipal Giseldo Barbosa,
que ingressou na banda quando ela foi reativada. Há onze anos, formou um trio
de forró com outros dois colegas da Guarda Municipal, o grupo Abanos do Forró,
com repertório de forró pé de serra. Suas habilidades musicais são muitas:
“Toco triângulo, zabumba e canto, tanto no Trio quanto na Banda da Guarda. Além
disso, nela, ainda toco surdo, pandeirola e triângulo, de acordo com as
combinações das apresentações”, diz.
Ele acredita que a banda da Guarda Municipal
de Maceió tem evoluído bastante porque seus membros, “além do conhecimento
musical, são abnegados e amam o que fazem. Graças a Deus, ao longo deste tempo
só temos tido alegria. E o grupo de forró também tem superado as expectativas.
Cantar as belezas da terra, as tristezas e riquezas do sertão, as saudades, os
amores e as tentações me deixam radiante.
Sinto-me pleno quando estou no palco cantando
e interpretando uma canção. Sou nordestino raiz, natural de São Miguel dos
Campos, e por isso amo a música nordestina”, confessa.
Fonte: ASCOM SEMSCS / GEOVANA LARISSA
(ESTAGIÁRIA) E ANA CRISTINA BRITO
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