5 de abril de 2020

Migração para a tabela do nível médio não se concretizará esse ano

CRISE ECONÔMICA AGRAVADA PELA PANDEMIA TERIA SIDO A JUSTIFICATIVA PARA A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL NÃO HONRAR ACORDO COM O SINDGUARDA-AL
 
A tão aguardada migração dos GMs de Maceió para a tabela do nível médio parece que esbarrou no coronavírus, ou seja, não se concretizou até 5 de abril de 2020, conforme chegou a ser anunciado pelo Sindguarda-AL, na última assembleia geral da categoria, realizada em fevereiro.

O acordo verbal feito entre a gestão municipal e o Sindicato em 2018, consistia em afastar os Guardas Municipais do movimento grevista, em troca a categoria seria beneficiada com a migração para a tabela do médio e passaria a ter prioridade na implantação de titulações.

A pesar do acordo não ter sido cumprido na íntegra pelo governo municipal, o Sindicato permanece mantendo a categoria afastada das lutas por reajuste salarial desde 2018, situação que pode ser prorrogada mais ainda caso as eleições municipais venham a ser adiadas para 2022, uma vez que há intenção do Sindicato em continuar negociando com o governo.
 
Enquanto esse jogo de empurra-empurra persiste a categoria continua sofrendo com os salários defasados. Já são mais de três anos sem reajuste. O salário vem perdendo poder de compra gradualmente. A alíquota previdenciária aumentou de 11% para 14%. Não há progressões por mérito nem por titulação. O governo federal cogita cortar ou congelar salários, e o municipal, por enquanto, já ameaçou acabar com o anuênio e alterar regras de progressão.

Inspetores e Subinspetores também tiveram um pleito freado pela administração municipal nesse momento da pandemia. Paralelamente a implantação da migração para o nível médio, os Inspetores esperavam que houvesse a aprovação do que seria a hierarquização salarial entre os cargos existentes na Guarda Municipal, pleito que foi solicitado pelo Sindicato, junto a prefeitura, em maio de 2019.

O recorrente fracasso dos Sindicatos no processo de luta por melhorias, junto ao governo municipal e demais poderes constituídos, já comprovou que esse modelo sindical representativo ficou arcaico e precisa urgentemente passar por transformações.

Nas últimas décadas, o mundo passou por grandes mudanças de padrões econômicos, políticos, sociais, culturais, e, principalmente, nas relações de trabalho envolvendo patrão e empregado, no entanto, o modelo de atuação sindical, principalmente no âmbito do serviço público, não evoluiu e hoje precisa ser repensado e discutido pelas Centrais Sindicais, Federações, Confederações e pelos Sindicatos.

Sobre esse tema relevante, o GM de Maceió, Carlos Jorge, teceu os seguintes comentários.

Chegou 5 de abril de 2020, e as perspectivas para o reajuste salarial no município de Maceió são nulas, tanto no contexto geral quanto no que diz respeito a pauta especifica. Com a parada da economia nacional e mundial, vejo não só uma recessão local mas uma grande depressão econômica mundial, o que é muito sério”.

Para agravar esse cenário de incertezas, vemos representantes do liberalismo apresentando cortes de gastos públicos sobre os salários dos Servidores na ordem de 25% a 30%, o que é gravíssimo. E agora, o que é preciso fazer? O que os Sindicatos podem fazer? O que nós Servidores Públicos podemos fazer para barrarmos esse declínio financeiro?”

Frente a esse cenário de retrocessos, não há dúvidas de que precisa, com urgência, haver mudanças no modelo de atuação e mobilização social dos Servidores Públicos e da classe trabalhadora em geral”.

Nenhum comentário: