14 de fevereiro de 2024

Policiais Militares de serviço teriam impedido Guardas Municipais de Rio Largo de ajudar mulher agredida por PM à paisana


Um policial militar de folga que curtia o carnaval de Rio Largo, na segunda-feira, 12 de fevereiro, teria agredido fisicamente e de forma violenta uma mulher. De acordo com relatos da filha da vítima, publicado no Gazetaweb, o policial estava armado e ainda teria feito ameaças ao filho da mulher.

Thayane Tenório, filha da mulher agredida, também divulgou vídeo nas redes sociais relatando o ocorrido. Ela narrou que havia ido para o festejo carnavalesco com a mãe, o esposo e o irmão acompanhado da namorada. Disse que houve uma confusão por ciúmes envolvendo a atual namorada do irmão com uma ex dele.

Uma guarnição da Polícia Militar resolveu conduzir o casal envolvido na confusão até uma base montada no evento. A mãe e a irmã do rapaz, que não estavam no local do ocorrido, foram informadas por um amigo sobre o caso e as duas teriam se deslocado até a base policial.

Um policial militar à paisana e armado, e demonstrando sinais de embriaguez, segundo relatou a jovem, teria tentado entrar na base para bater no rapaz e foi impedido por PMs que se encontravam de serviço. Ao perceber a aproximação da mãe e da irmã do rapaz, o PM então partiu para cima da mãe, a pegou pelos cabelos e a derrubou no chão passando a agredi-la, sem que houvesse nenhuma intervenção.

“Ele derrubou a minha mãe pelos cabelos e começou a bater nela. Ainda disse: vou comer seu filho vivo e vou chupar o sangue dele”, narrou a jovem Thayane no vídeo divulgado nas redes sociais.

De acordo com os relatos da filha da mulher, Guardas Municipais de Rio Largo, que também atuavam na segurança do carnaval, ao presenciar a mulher sendo agredida covardemente, se deslocaram até o local e teria tentado ajudar a vítima das agressões do policial militar, momento em que os PMs que se encontravam de serviço teriam impedido a Guarda Municipal de intervir.

"Prontamente, assim quando ocorreu, o pessoal da Guarda Municipal, que eu aqui parabenizo, que eles foram muito profissionais, tentaram ajudar mais não conseguiram porque o pessoal que estava de serviço da Polícia Militar não permitiu. Empurraram os policiais da Guarda Municipal, para que eles não ajudassem, né, e aí não tiraram o cara (o PM à paisana)", narrou a jovem filha da mulher agredida.   

A filha da mulher agredida, que denunciou o ocorrido e pediu justiça nas redes sociais, Thayane, disse que está com medo de que algo possa acontecer com ela e a família, já que o PM teria visualizado as postagens feitas pela mesma nas redes sociais.

“Ele estava o tempo todo com a arma à mostra. Estou com medo do que ele pode fazer com meu irmão, comigo e com minha mãe. Inclusive, ele visualizou os meus storys”, relatou a jovem.

A Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social de Rio Largo informou que tomou conhecimento da agressão "injusta e violenta de um policial militar contra uma mulher" e informou ao comandante da área para conhecimento e providências.

"Nos foi informado e garantido que foi feito o Boletim de Ocorrência e que as medidas seriam adotadas pelo excesso cometido e possível omissão de alguns policiais. Deverá ser aberto procedimento administrativo para devida apuração", informou a pasta.

Por meio de nota, o comando da Polícia Militar de Alagoas salientou que não compactua com possíveis desvios de conduta ou excessos praticados por seus agentes.

"A Polícia Militar orienta que: qualquer cidadão que possua alguma queixa relacionada às ações de militares, deve procurar a Corregedoria da instituição para formalizar a denúncia. A partir da denúncia, um oficial da PM é designado para apurar minuciosamente as circunstâncias do caso, ratificando o direito à ampla defesa e ao contraditório dos envolvidos", disse a nota enviada à Gazetaweb.


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