26 de junho de 2018

GMs DE MACEIÓ DENUNCIAM TER SOFRIDO PERSEGUIÇÃO POR COBRAR SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES NO CENTRO

GMs Ferreira, Elson e Jailson.

Os Guardas Municipais de Maceió, Ferreira, Elson e Jailson, que há mais de dois anos vinham atuando no 3º GO da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) cidade alta, procuraram o GM NOTÍCIA-AL, na manhã do último sábado 16/06, para denunciar suposta prática de perseguição por parte do coordenador de operações da Guarda Municipal.

Os GMs relataram ao Blog que, no último dia 12 de junho, quando se encontravam de serviço na parte alta de Maceió, teriam sido contatados pelo então coordenador de operações, Inspetor Gerônimo, para que fosse pegá-lo em sua residência e levá-lo até o Centro onde aconteceria uma operação de reordenamento.

Ao chegar ao calçadão do comercio, o coordenador teria exigido dos GMs que entrassem em forma, juntamente com fiscais da SEMSCS, para pousar para uma equipe da TV Gazeta que aguardava para registrar a atuação da prefeitura combatendo os ambulantes. Por terem se negado a participar das filmagens e da operação que aconteceria naquela manhã os GMs teriam sido perseguidos e afastados da ROMU.

A argumentação dos GMs para o coordenador foi que naquela ocasião não havia condições de segurança para que pudessem combater os ambulantes. Eles teriam lembrado ao superior que por várias vezes haviam reivindicado a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e artefatos necessários para atuar com segurança no controle de distúrbios, reivindicação que teria sido ignorada pela prefeitura.

Com certeza aquela operação iria acabar igualmente as outras, em um confronto violento com os ambulantes dado aos ânimos exaltados, e mais uma vez iriamos está em desvantagem e expostos a todo tipo de agressão, tanto física quanto moral. Desabafou o GM Ferreira, um dos afastados da ROMU.

Os GMs também relataram ao Blog que essa não havia sido a primeira vez que eles teriam advertido o coordenador de operações dos riscos de botar a tropa para atuar no combate aos ambulantes sem que a prefeitura desse a devida estrutura logística. Por várias vezes questionamos a insegurança naquelas operações e nunca nos deram ouvidos, e por conta desse acúmulo de reclamações é que fomos perseguidos. Argumentou o GM Ferreira.

Nos últimos confrontos fomos agredidos e desmoralizados perante a população e demais profissionais da segurança pública por estarmos sem EPI’s e artefatos para dispensar os ambulantes, e tudo aconteceu porque a prefeitura foi omissa, não providenciou, não quis investir em Equipamentos Individuais de Proteção. Destacou o GM Jailson, também afastado da ROMU.    

Os GMs disseram também que a decisão do coordenador de afastá-los da ROMU teria sido motivada por conta das constantes cobranças e questionamentos que faziam rotineiramente sobre a insegurança da tropa nas operações de reordenamento no Centro, e que por esse motivo o Inspetor teria decidido pedir a cabeça dos três ao Secretário Ivon Berto e ao Inspetor Geral da Guarda, Edson Cavalcante. 

Não nos arrependemos da decisão tomada naquele dia, agimos em prol da nossa segurança, dos demais companheiros de farda, dos fiscais da SEMSCS, e do próprio coordenador de operações. Não havia mais condições alguma de continuarmos nos arriscando naquela operação, por isso nos recusamos a participar naquele dia. Ressaltou o GM Elson, também afastado da ROMU. 

Os GMs relataram ainda que o coordenador já havia os ameaçado de afastá-los da ROMU através do WhatsApp, perseguição que teria se concretizado no último sábado 16/06, quando foi divulgada uma escala constando a locação deles em Unidades de Saúde da parte alta de Maceió. Conforme escala apresentada ao Blog, o GM Ferreira aparece locado na Unidade de Saúde IB Gato, no Tabuleiro. O GM Elson, na Unidade de Saúde Djalma Loureiro, no Clima Bom, já o GM Jailson, na Unidade de Saúde CAIC, no Benedito Bentes.

Desde que a prefeitura de Maceió resolveu reordenar o Centro tem sido constante os confrontos envolvendo GMs e vendedores ambulantes não cadastrados na prefeitura, situação que tem botado Guardas Municipais e Fiscais da SEMSCS em risco por conta da reação violenta dos ambulantes.

Decisão semelhante a essa tomada pelos GMs da ROMU, de se negar a participar de operações no Centro de Maceió por falta de segurança e aparato logístico, também foi tomada pelo então Inspetor Geral da Guarda Municipal a época, Rubem Fidelis.

Em agosto de 2017, visando salvaguardar a integridade da tropa, Rubem Fidelis descumpriu ordens e decidiu não enviar GMs para combater os ambulantes no Centro. Um mês após ter tomado essa decisão o Inspetor pediu exoneração da pasta.

Numa breve pesquisa realizada na Internet, o Blog constatou que o descaso da prefeitura para com a segurança dos GMs que atuam no Centro combatendo os ambulantes não vem de agora.

No dia 12 de agosto de 2014, durante operação de reordenamento no Centro, ocorreu um confronto entre ambulantes e GMs. Houve muita correria, lojistas fecharam as portas e mais uma vez os Guardas Municipais não tiveram condições de atuar naquele distúrbio por falta de condições, o BOPE foi acionado e interviu para dispensar os ambulantes.

No dia 7 de abril de 2015, em mais uma operação, também no Centro, ambulantes e GMs voltaram a se confrontar. Naquele dia foi registrada muita correria. A prefeitura anunciava que os ambulantes só poderiam permanecer nas proximidades da Praça dos Palmares e no Shopping Popular. Mais uma vez os GMs passaram por constrangimento por falta de EPI’s.

No dia 13 de julho de 2017, novo confronto foi registrado. Depois de deter um ambulante que teria ameaçado GMs e Fiscais com um facão, houve violenta investida dos ambulantes, sem condições de revide os GMs tiveram que correr. Em um vídeo que circulou nas redes sociais foi possível ver um suposto ambulante escondendo uma arma de fogo na bermuda.   

No dia 27 de fevereiro de 2018, em mais uma operação novo tumulto envolveu ambulantes, GMs e Fiscais. Durante o tumultuo houve disparos de arma de fogo. Por falta de estrutura logística dos GMs, PMs interviram e fizeram uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para dispensar os ambulantes.

Em março de 2018, a SEMSCS reconheceu haver infiltração, junto aos ambulantes, de “uma milícia” que estaria atuando para provocar e incitar os ambulantes a entrar em confronto com os Guardas Municipais, descoberta que poderia ter servido para convencer a cúpula da gestão municipal da necessidade de se adquirir EPI’s e artefatos para o combate de distúrbios, no entanto, isso não aconteceu.

De fato, os registros de imagens e vídeos veiculados na Internet expondo a fragilidade dos Guardas Municipais para atuar em situação de distúrbios são lamentáveis e vergonhosos, principalmente para a gestão municipal que antes de qualquer interesse deveria zelar pela segurança desses servidores.

O Blog contatou o SINDGUARDA-AL para falar sobre essa suposta perseguição aos GMs. Um dirigente ressaltou que já havia recebido os GMs na entidade e que as providências já estavam sendo tomadas. Disse ainda que a entidade repudiava toda e qualquer prática de perseguição e que não iria permitir tal abuso por parte de qualquer que fosse o gestor.

O Blog contatou também o coordenador geral de operações, Inspetor Gerônimo, para ouvir a sua versão sobre tais denúncias. Ele disse não proceder à informação de que ele estaria perseguindo os GMs.

Destacou que essa denúncia não passava de estratégia de defesa, e que há muito tempo vinha cobrando deles, dos GMs, responsabilidade, pontualidade, disciplina e respeito à hierarquia.

O coordenador finalizou a conversa dizendo que já havia falado para o secretário Ivon Berto: prefiro entregar meu cargo comissionado a ficar desmoralizado por servidores que não quer nada com a instituição.

O Blog reitera, mais uma vez, a plena disponibilidade desse espaço para as partes envolvidas nesse lamentável episódio.
GM NOTÍCIA-AL


Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia, e mais uma vez deixo á minha solidariedade á esses guardas Municipais, que se arriscam trabalhando,sem seus equipamentos e ter que ainda por cima,passar por humilhações na hora de seus deveres. Tanto o prefeito, quanto esse secretario ivon deveriam entregar os cargos. E desejo que o próximo prefeito coloque nas mãos desses profissionais o que lhe são de direito , para trabalharem com mais dignidade.