13 de abril de 2022

“Se o JHC não reajustar, nós vamos parar”, ameaçam servidores em ato no Centro

 

Os servidores públicos de Maceió paralisaram as atividades e foram às ruas na manhã desta quarta-feira, 13. Centenas de trabalhadores se concentraram na porta da Secretaria Municipal de Gestão (SEMGE), no Centro, para a reivindicação de reajuste salarial e melhores condições de serviço. Eles começaram a chegar ao local, por volta de 9h, e logo iniciaram o ato, com gritos de ordem como: "Se o JHC não reajustar, os servidores vão parar".


A paralisação de advertência foi decidida no início desta semana, depois de assembleia unificada entre as categorias. Os servidores pediram uma reposição salarial de 16%, devido às perdas durante os primeiros anos da pandemia, porém receberam uma negativa da gestão municipal. Os órgãos tiveram hoje os serviços interrompidos e o cidadão ficou sem atendimentos cruciais como Saúde e Assistência Social. 


O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió (Sindspref), Sidney Lopes, afirmou à reportagem do TNH1 que as categorias estão abertas para diálogo, porém até o momento, não houve sinalização do município.


"Estamos cobrando a reposição salarial. Nossa data-base é em janeiro e nos reunimos em abril. Surpreendemente, o prefeito que diz que vai valorizar o servidor na rede social todos os dias, dá uma proposta de 0% ao servidor. Nós não aceitamos e vamos continuar com nossa paralisação. A gente aguarda que realmente o discurso do JHC venha para dentro da prefeitura, porque é só para fora e ainda não veio para dar reposição ao servidor. A gente aguarda uma reposição digna ao servidor de Maceió", disse.


"Até agora, estamos aqui esperando. Estamos abertos ao diálogo. Quando você dá 0% numa mesa de negociação, você fecha qualquer diálogo. É preciso que essas pessoas, que fazem parte da mesa, tenham mais experiência. O prefeito tem que colocar pessoas que vão realmente negociar com o servidor. Se você coloca zero, você não quer negociar com a categoria", continuou.


Já o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Previdência e Assistência Social (Sindprev), Juarez Teixeira, disse ao TNH1 que outro protesto com nova paralisação está marcado para a próxima semana, caso não tenha avanço com a mesa de negociação da Prefeitura.


"Hoje é uma paralisação de 24 horas de advertência para o prefeito sentar e apresentar uma proposta. Caso não saia uma proposta que os servidores aceitem, no próximo dia 20 haverá outra paralisação, e posteriormente uma decisão que pode ser de uma greve geral no município de Maceió. Foram três ou quatro reuniões, nós apresentando propostas, e a prefeitura veio com zero, isso é inadmissível", destacou.


"Nós apresentamos 16%, mas nem o índice inflacionário foi apresentado. Eles não fizeram nada, proposta de 0%, a gente não aceita isso. Nós tivemos ano passado 3% de reposição salarial porque a lei pela Covid limitava. Agora a inflação está de 10%, e a gente pede que seja 16 pelas perdas anteriores, por causa do período da pandemia", acrescentou o sindicalista.


Ainda de acordo com os representantes das categorias, a insatisfação com a indefinição provocou a mobilização, assim como os trabalhadores destacaram reclamações dos usuários, que sofrem com o serviço precário das unidades e são os mais afetados com o descaso. “Não podemos mais esperar, estamos cobrando responsabilidade. Tem que mostrar a cara e não privatizar a Saúde”, bradou Tarsys Gama, presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde).


Por volta das 10h, o grupo, que levou cartazes e faixas para pedir valorização do prefeito, bloqueou a Avenida Pedro Monteiro, em frente à secretaria, o que deixou o trânsito lento na região. 


Em nota oficial, a Prefeitura de Maceió comunicou que representantes dos sindicatos serão recebidos, ainda hoje, para mais uma conversa de negociação. Leia na íntegra abaixo: As Secretarias Municipais de Gestão e Economia sempre estiveram abertas ao diálogo, recebendo os sindicatos dos servidores para escutar as reivindicações e chegar a um acordo. Nas reuniões foi apresentada a realidade fiscal do Município e foi proposto o pagamento de duas progressões por mérito para os servidores, o que totalizaria um valor de R$20 milhões, que não foi aceito pelos sindicatos.


As Secretarias reforçam que, desde 2015, os servidores não recebiam suas progressões, o que foi garantido pela atual gestão. Foram regularizadas duas progressões por mérito que estavam atrasadas, além de concedidas todas as progressões da educação, adicionalmente aos 3% de reajuste a todos os servidores em 2021. Os profissionais da educação receberam, ainda, mais de R$58 milhões de reais em retroativo de progressão. Os benefícios concedidos ano passado para o servidor pela gestão totalizaram mais de R$100 milhões em impacto sobre a folha de pagamento.


Os secretários das pastas irão receber os representantes dos sindicatos, ainda hoje, para mais uma rodada de negociações, onde se espera a construção de solução que prestigie os servidores e assegure a saúde fiscal do município, beneficiando todo o conjunto da população.


Negociação havia fracassado na segunda - Representantes dos servidores públicos de Maceió se reuniram com o Secretário Municipal de Governo, Ivan Carvalho, na última segunda-feira (11), a fim de reivindicar um reajuste salarial, e ouviram uma negativa por parte da prefeitura. Com isso, os funcionários municipais aderiram a uma paralisação geral, nesta quarta, mas como determina a lei, 30% dos serviços serão mantidos.

Caso a paralisação de advertência desta quarta não surta efeitos, as lideranças não descartam voltar a parar novamente. Fonte: TNH1 /João Victor Souza e Theo Chaves

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